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terça-feira, 15 de abril de 2008

Chega ao Brasil medicamento que auxilia na redução da gordura intrabdominal

Quase um ano após a aprovação dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), começa a comercialização do rimonabanto no Brasil. O medicamento, que traz o nome comercial de Acomplia, já está em uso nos países da União Européia desde 2006.

O rimonabanto é o primeiro medicamento desenvolvido para atuar no sistema endocanabinóide, ligado ao balanço energético e ao acúmulo de gordura no corpo humano. No inicio dos anos 1960, cientistas descobriram um sistema de regulação orgânica que é capaz de interferir na quantidade de energia que é ingerida e gasta pelo corpo, agindo sobre o metabolismo da glicose das gorduras.


Os receptores desse sistema estão localizados no cérebro, tecido adiposo, fígado, músculos e tubo digestivo. O mecansimo de atuação dos receptores do sistema endocanabinóide é capaz de modular a entrada de glicose nas células, a produção de gordura no fígado e a sensação de saciedade no tubo digestivo.


Sinalizadores

A descoberta dos receptores nas células permitiu a identificação das substâncias químicas que sinalizam como deve funcionar o sistema. Elas são chamadas de agonistas para os receptores CB1 e CB2.

A partir daí, os cientistas começaram a imaginar que uma outra substância poderia bloquear a ação dos agonistas e, assim fazendo, modificaria o padrão de saciedade, diminuindo a ingestão de comida. Ela também atuaria sobre o metabolismo da glicose, ajudando o controle dos níveis de açúcar no sangue, cruciais para os diabéticos. E, além desses fatores, poderia melhorar o perfil de gorduras no sangue das pessoas.

O rimonabanto foi descoberto somente em 1994, e começaram o estudos para avaliar a segurança e eficácia de sua utilização. O objetivo foi comprovar se o bloqueio dos receptores do sistema endocanabinóide poderia melhorar os fatores de risco para doença cardiovascular e diabetes a partir de um melhor metabolismo do açúcar e equilibrando o balanço energético.


Estudos clínicos

Foram realizados até agora mais de 50 estudos clínicos, que envolveram mais de 16 mil pacientes. Os resultados do ponto de vista metabólico têm sido animadores. Os pacientes perdem peso, diminuem a circunferência abdominal e melhoram seu perfil de gorduras no sangue.



Esses estudos permitiram sua liberação na Europa, no Brasil e em outros países do mundo. Segundo a empresa fabricante, mais de meio milhão de pacientes já fez uso do remédio. O Brasil participou de vários desses estudos e de outros que estão em andamento, coordenados através de centros de pesquisa universitários.

Por ser um medicamento que também atua no cérebro, durante os estudos clínicos vários efeitos adversos psiquícos foram descritos, especialmente ansiedade e depressão, que cessavam após a parada do uso do medicamento. Além desses efeitos indesejáveis ocorreram naúseas e tonteiras.

Daí a preocupação dos pesquidadores brasileiros que participaram dos estudos em alertar a todos que o medicamento têm um público alvo e somente para esse público alvo o padrão de segurança se mostrou aceitável nas pesquisas. E quem são esses indivíduos?


Obesos

São pacientes que estão com índice de massa corporal igual ou maior a 30 ou pacientes que têm índice de massa corporal acima de 27, porém também apresentam fatores de risco como diabetes tipo 2 ou alterações dos niveis de gordura no sangue. O medicamento é contra-indicado para pacientes que estejam em depressão ou em tratamento com antidepressivos. Além deles, pessoas com histórico de doenças psiquiátricas devem evitar usar o remédio.

A comercialização do medicamento deverá seguir as normas da Anvisa e sua venda será controlada pelas autoridades através da utilização de receituário específico pelo médico. Outro alerta foi o de que não existe a possibilidade de que o remédio original seja vendido através de farmácias de manipulação. O custo estimado pelo fabricante deverá ficar em R$ 225 por uma caixa que serve para 28 dias de tratamento.

Diante da epidemia de obesidade e doença cardiovascular enfrentada pelo mundo ocidental, esse medicamento pode ser uma ferramenta importante para ajudar no controle dos fatores de risco, desde que aplicado aos pacientes com critério e somente nas indicações precisas. Não corra riscos, nunca utlize medicação sem orientação médica.

Fonte: G1

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