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quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cérebros maiores podem guardar defesas naturais contra o Alzheimer

Ser um “grande cébebro” em termos de qualidade e inteligência é importante para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Mas agora cientistas descobriram que ter um cérebro grande, em tamanho mesmo, pode ser muito importante. Eles acreditam que pessoas com cérebros maiores possam ter um tipo de defesa natural contra o mal de Alzheimer.

A equipe da Universidade de Portland estudou 477 voluntários que doaram seus cérebros para a pesquisa científica (após a morte, é claro!) e percebeu que algumas pessoas idosas tinham todos os marcadores do mal de Alzheimer no órgão, mas morreram sem nenhum dos sintomas.

“Foi uma surpresa. Eram pessoas com os grandes aglomerados de proteínas que são resultado da perda de neurônios característica do Alzheimer e que morreram lúcidas, sem nenhum dos problemas ligados à doença”, afirmou a autora principal do estudo, Deniz Erten-Lyons, que apresentou seus resultados na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, em Chicago, nos EUA. “São pessoas obviamente resistentes à degeneração dos neurônios e queríamos entender por que isso acontece", disse ela.

Erten-Lyons e seus colegas, então, selecionaram 24 pessoas que foram diagnosticadas com Alzheimer antes da morte, dentro do grupo de 477. E também 12 que apresentavam as marcas no cérebro, mas nenhum dos sintomas. O número não é tão grande porque os cientistas fizeram questão de pegar apenas aqueles que tinham sido examinados por um médico no máximo um ano antes da morte e que, com certeza, não desenvolveram os sintomas da doença. E também pessoas com históricos parecidos, com mesmo nível educacional e social, para diminuir as chances de obter resultados errados.

Os pesquisadores então trabalharam para encontrar o que havia de tão diferente entre essas pessoas. E descobriram: o cérebro de quem não desenvolveu o Alzheimer era, em média, bem maior do que o dos pacientes da doença.

“Não sabemos por que isso acontece. Há duas possibilidades”, explica a autora. “A primeira é que pessoas com cérebros maiores simplesmente precisem de muito mais perda de neurônios para que o Alzheimer apresente algum sintoma. A segunda é que essas pessoas sejam mais resistentes à perda de neurônios em si e, por isso, acabem com cérebros maiores na hora da morte”, afirma.

A descoberta pode ser um passo importante para a pesquisa de uma cura para o mal de Alzheimer, ou então, de novos remédios mais eficientes. “O mais importante, acredito, é mostrar que precisamos encontrar novos enfoques em nossos estudos. A cura pode ser encontrada nesses casos raros”, afirmou Erten-Lyons, que aproveitou para agradecer as pessoas que doam seus corpos para a ciência após a morte. “Este é um exemplo claro de avanço que não seria possível sem o compromisso desses vountários”, disse ela.

A repórter Marília Juste viajou a convite da Biogen Idec.
Do G1, em Chicago

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